Relatório evidencia atraso no desenvolvimento sustentável das empresas em Portugal 

As empresas portuguesas estão sensibilizadas para os objetivos do Desenvolvimento Sustentável, no entanto a maioria não consegue articular um business case. Estão em falta conhecimentos e recursos, sobretudo nas PME, conclui estudo de Observatório da Católica.

O observatório dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas empresas portuguesas é um projeto de investigação do Center for Responsible Business & Leadership na Católica – Lisbon e visa monitorizar e acelerar a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas em Portugal, por meio do acompanhamento de um grupo de 60 grandes empresas e 100 PME.

O projeto tem três objetivos principais:

  1. Promover um conhecimento do envolvimento das empresas portuguesas com os ODS
  2. Apresentar e divulgar boas práticas na implementação dos ODS no núcleo do negócio empresarial
  3. Estimular o conhecimento dos ODS e o reconhecimento do contributo das empresas para a Agenda 2030

O resultado do Observatório é um relatório anual que avalia a forma como as grandes empresas e as PME percecionam e incorporam os ODS nas suas estratégias.

O primeiro relatório foi apresentado em outubro de 2022 e revela que as empresas portuguesas estão sensibilizadas para o tema da sustentabilidade e reconhecem a sua importância. Cerca de 95% das grandes empresas e 77,7% das PME consideram a sustentabilidade como uma oportunidade estratégica, sendo que 90% das maiores empresas e 60% das PME descrevem a estratégia geral da sua empresa, como a criação de valor para os seus skateholders.

“No que toca à implementação dos ODS, as barreiras prendem-se essencialmente com a falta de conhecimento de como operacionalizar estratégias de sustentabilidade eficazes”, profere Nuno Moreira da Cruz, diretor executivo do Center for Responsible Business & Leadership na Católica-Business.

A nova legislação vai agravar desvantagem das PME

Este é um dos maiores desafios que as empresas enfrentam atualmente, porque irá aumentar o fosso entre grandes, pequenas e médias empresas neste tema. “Fechar o gap entre intenção e implementação é talvez o passo mais urgente para que as empresas possam contribuir de forma efetiva para um dos maiores desafios da humanidade.” refere Nuno Moreira da Cruz.